terça-feira, agosto 28, 2007

Smerinthus ocellatus

A espécie Smerinthus ocellatus é uma borboleta nocturna (Heterocera) da família Sphingidae. O restritivo específico "ocellatus" refere-se aos ocelos que o adulto (imago) possui na face superior das asas posteriores que têm como objectivo afugentar predadores.
Esta espécie é relativamente grande, tendo os adultos uma envergadura de asas entre os 70 e os 95 mm. As lagartas, no último instar (fase de desenvolvimento), chegam a atingir 80 mm de comprimento.

Os ovos desta espécie têm forma oval e são de cor verde. São postos isoladamente ou aos pares nas folhas das plantas de que se alimentam as lagartas. A larva, quando nasce (1º instar), tem cerca de 5 mm de comprimento. No instar seguinte, a larva desenvolve uma protuberância no topo da cabeça que vai acabar por perder numa fase mais avançada do seu desenvolvimento. Com o crescimento, a lagarta vai apresentar uma acentuada diferença de coloração entre o dorso e o ventre.
Momentos antes de pupar, a lagarta muda pela última vez de cor, apresentando uma coloração entre o castanho e o amarelo, o que a ajuda a camuflar-se quando esta desce da árvore em que se alimentava para pupar debaixo do solo.

É importante referir que, por vezes, chegam a morrer 80% das larvas de uma dada colónia devido a parasitóides.
As principais plantas hospedeiras das lagartas são: numerosas espécies de Salix (salgueiros) e Malus (macieiras).
No entanto, quando as plantas anteriores não estão presentes, esta espécie pode alimentar-se de Populus (choupos), Betula (bétulas), Alnus (amieiros), etc.


A pupa tem cerca de 40 mm de comprimento e apresenta uma cor escura (avermelhada). A lagarta tece uma célula que vai separar a pupa do meio envolvente. A pupa pode ser encontrada a uma profundidade entre o 2 e 3 cm num local relativamente distante da planta hospedeira.





Os adultos, quando se encontram em posição de repouso, são muito difíceis de localizar, porque apresentam uma camuflagem que os torna "invisíveis" aos olhos dos predadores. Mas se esta estratégia de sobrevivência falha, estes ainda possuem outro truque: os ocelos. Quando se sente ameaçada, a Smerinthus ocellatus tapa e destapa alternadamente os ocelos das asas posteriores dando a ilusão ao predador de estar perante um enorme animal a "piscar" os olhos.

O acasalamento dá-se normalmente após a meia-noite e termina antes do amanhecer do dia seguinte. Após o acasalamento a fêmea começa a postura dos ovos quase imediatamente e esta dura mais alguns dias.
A sul da sua distribuição esta espécie apresenta duas gerações ao ano.






Bibliografia: