
As larvas dos sepsídeos alimentam-se em matéria orgânica em decomposição, provavelmente de bactérias. A maioria das espécies especializaram-se em determinadas características do substrato alimentar (em muitos casos o substrato são fezes). Existem diferentes tipos de especialização: enquanto que algumas espécies se alimentam em apenas alguns tipos de substrato, outras só se alimentam em substratos com uma determinada idade. Esta última especialização permite a coexistência de muitas espécies.
Sepsis punctum
Sepsis punctum (cópula)
Uma característica muito curiosa dos machos de sepsídeos é a presença de “espinhos” nos fémures e tíbias das patas dianteiras. Estes “espinhos” permitem aos machos agarrarem-se firmemente às asas das fêmeas antes de iniciarem a cópula e, em algumas espécies, durante esta.
Quem já observou sepsídeos terá com certeza reparado no ondular das asas característico desta família. A função deste comportamento é desconhecida, mas pensa-se que não estará relacionada com o acasalamento. É também interessante notar que os halteres (asas posteriores que nos dípteros estão modificadas e que têm como função equilibrar o voo) também se movem, mas não estão sincronizados com as asas.
Os Sepsidae são a única família de dípteros que possui uma glândula (glândula de Dufour) que serve presumivelmente para defesa química.
Os Sepsidae são a única família de dípteros que possui uma glândula (glândula de Dufour) que serve presumivelmente para defesa química.
O vídeo mostra um macho de Sepsis punctum a tentar interromper a cópula de dois sepsídeos da mesma espécie.
Bibliografia:
Pont, A. C. & Meier, R. (2002) The Sepsidae (Diptera) of Europe. Fauna Entomologica Scandinavica, v. 37
Oosterbroek (2006) The European families of the Diptera. Identification, diagnosis, biology. KNNV Publishing, Utrecht, 205 pp.