sexta-feira, maio 25, 2007

Lasiocampa quercus

L. quercus (macho)
A borboleta Lasiocampa quercus é um heterócero (grupo das nocturnas) da família Lasiocampidae. Existem mais de 2000 espécies de lasiocampídeos espalhados pelo mundo. As lagartas desta família são grandes e quase sempre peludas. Enquanto adultos existem espécies que se alimentam e outras que não o fazem. Os adultos tanto podem ser nocturnos como diurnos.

As lagartas da espécie Lasiocampa quercus são polífagas, alimentando-se de um grande número de espécies de plantas como por exemplo: Betula (Bétulas), Alnus (Amieiros), Salix (Salgueiros), Prunus (Cerejeira, pessegueiro, etc.), Rubus (Silvas), Malus (Macieiras) e Trifolium (Trevos).

L. quercus (fêmea)
Esta espécie possui o restritivo específico "quercus", não porque as lagartas se alimentem deste género de planta, mas sim porque o casulo apresenta a forma aproximada de uma bolota (fruto). Os machos voam de dia, especialmente quando está sol, enquanto que as fêmeas, mais pálidas, são nocturnas e podem ser atraídas pela luz artificial (como foi o caso da fêmea da foto). O período normal de voo desta espécie no sul da Grã-Bretanha é entre Julho e Agosto e no norte é entre fins de Maio e início de Julho (não conheço para Portugal).



Lagarta
Esta espécie, como todos os lepidópteros, apresenta vários inimigos naturais. Penso que os que a afectam mais são os parasitóides. Todos os estádios de desenvolvimento das borboletas são atacados por parasitas himenópteros (semelhantes a vespas) e dípteros (moscas). Estes parasitas passam a chamar-se parasitóides quando matam o hospedeiro (numa das fotos podemos ver uma lagarta que foi morta por um parasitóide). Morcegos, aves e aranhas são outros predadores que predam esta espécie.

Lagarta parasitada
Esta espécie apresenta um tipo de crisálida (pupa) designada de terrestre. A origem da palavra crisálida vem do grego chrysos, que significa ouro, isto porque muitas espécies apresentam manchas ou pintas douradas. Muitas espécies utilizam casulos, como a Lasiocampa quercus, e estes tem como objectivo proteger a crisálida de agressões externas, como a secura, as temperaturas extremas, parasitismo e predação. A lagarta, antes de construir o casulo e se transformar em crisálida, procura um lugar recatado, tornando mais difícil a sua descoberta.


Casulo










Pupa










Bibliografia:
http://www.leps.it/
http://ukmoths.org.uk/show.php?bf=1637

Maravalhas, E. (2003) As borboletas de Portugal. Vento Norte. Porto.